Silver Linings

É assim, eu não leio 10 livros por semana como o Marcelo Rebelo de Sousa, não tenho uma estante que envergonhe a Biblioteca Nacional, tenho mais livros da J.K Rowling, do George R.R Martin e da Susanne Collins e do que de autores que já ganharam o prémio Camões, prefiro ler uma trilogia de fantasia do que a história das dinastias portuguesas - por isso a minha cultura literária é pobrezinha, quase nula. Mas correndo o risco de passar por ignorante e totó digo-o - eu não gosto de Saramago. Não gosto, pronto. Ler 30 páginas a descrever uma cama? Na página 2 já não sei se está mesmo a falar de uma cama ou de uma cadeira. E aquela pontuação? Genial para alguns, confusa para mim. E as histórias? Li "As intermitências da morte" e só comecei a perceber do que se tratava quando já tinha lido 2/3 do livro (com muito custo), li a "Clarabóia" e achei aquilo tão interessante como uma novela da TVI, li agora o "Memorial do Convento" e mais rapidamente estive de deitar aquilo para um canto do que acabar - a história do rei que queria erguer o convento e a história de uma rapariga e de um rapaz maneta que ajudaram um padre a construir um objeto voador não me atraiu, por muito estranho que pareça.

Enquanto escrevo isto sinto-me como uma daquelas concorrentes dos reality shows que não sabem onde fica a África e que pensam que um polinómio é um fruto, mas é simplesmente aquilo que eu sinto, a minha mais sincera opinião. Gosto muito de autores portugueses, mas ler Saramago assusta-te mais que agulhas.